A medicina evoluiu muito nas últimas décadas e uma das mudanças mais significativas aconteceu dentro do centro cirúrgico. Com o avanço da tecnologia, diversos procedimentos que antes exigiam cortes grandes, hospitalização prolongada e recuperação dolorosa, agora são feitos por videolaparoscopia, também chamada de cirurgia por vídeo.
Esse tipo de cirurgia é minimamente invasiva, ou seja, utiliza pequenas incisões e uma câmera para que o cirurgião visualize o interior do corpo com precisão. Na prática, isso se traduz em menos dor, recuperação mais rápida e cicatrizes quase imperceptíveis.
Esse tema é especialmente importante se você chegou até aqui procurando informações sobre:
- Pedra na vesícula — já falamos sobre quando a cirurgia é indicada e os riscos de não tratar a tempo;
- Hérnias abdominais — como a inguinal, umbilical ou epigástrica, que muitas vezes também exigem intervenção por vídeo.
Agora, vamos entender melhor como essa técnica funciona e por que ela é a preferida pelos especialistas atualmente.
O que é cirurgia por vídeo (videolaparoscopia)?
A cirurgia por vídeo é um procedimento realizado com a ajuda de uma câmera acoplada a um tubo fino, chamada laparoscópio. Esse aparelho é inserido no abdômen por uma pequena incisão e transmite imagens em tempo real para um monitor, onde o cirurgião acompanha cada detalhe da operação.
Junto com a câmera, outros instrumentos delicados são introduzidos por cortes mínimos, geralmente de 0,5 cm a 1 cm, permitindo que o procedimento seja feito com alta precisão e menor agressão ao corpo.
Essa técnica é chamada de videolaparoscopia porque o procedimento é feito na cavidade abdominal. Quando usada em outras partes do corpo, pode ter outros nomes técnicos (como toracoscopia, por exemplo), mas a lógica é a mesma: visualização interna com vídeo e mínima invasividade.

Como funciona a cirurgia por videolaparoscopia na prática?
Na prática, o procedimento é feito da seguinte forma:
- O paciente é anestesiado e recebe insuflação de gás (geralmente CO₂) no abdômen, para criar espaço e melhorar a visualização interna.
- São feitas pequenas incisões na pele para inserir a câmera e os instrumentos.
- O cirurgião acompanha todo o procedimento em um monitor, guiando os movimentos com precisão milimétrica.
- Ao final, a vesícula (ou parte afetada do órgão) é retirada por uma das incisões.
- Os pequenos cortes são fechados com pontos simples ou cola cirúrgica.
Com essa estrutura, é possível realizar o mesmo procedimento que seria feito por uma cirurgia aberta, mas com muito menos agressão ao corpo.
🔎 Se você quer saber mais sobre sintomas e sinais de alerta de problemas abdominais, veja também: Quais são os principais tipos de hérnia e como saber se você tem uma?
Diferenças entre a cirurgia por vídeo e a cirurgia aberta tradicional
A principal diferença está no tipo de acesso ao órgão:
Essa técnica é especialmente vantajosa para procedimentos como:
- Retirada da vesícula com cálculos biliares
- Reparo de hérnias abdominais
🔍 Se você quer entender melhor quando a cirurgia é indicada e quais são os riscos de não tratar a tempo, veja também: Sintomas de Pedra na Vesícula: Quando a Cirurgia é Indicada?
🔍 Ou se seu caso for uma hérnia abdominal e você ainda não sabe qual tipo tem, confira:
Quais são os principais tipos de hérnia e como saber se você tem uma?
Vantagens da cirurgia por vídeo para o paciente
Menos dor no pós-operatório
Como os cortes são menores e há menos manipulação interna, o desconforto após a cirurgia costuma ser muito mais leve. Isso reduz a necessidade de analgésicos mais fortes e melhora a experiência do paciente.
Menores cicatrizes
Ao invés de um corte grande, são feitos apenas pequenos furinhos que, com o tempo, ficam quase imperceptíveis. Isso favorece tanto a estética quanto a autoestima do paciente.
Alta hospitalar mais rápida
Na maioria dos casos, o paciente recebe alta no mesmo dia ou no dia seguinte, o que reduz o risco de infecção hospitalar e acelera o retorno ao convívio familiar.
Retorno precoce às atividades
Em geral, é possível voltar às atividades leves entre 7 a 10 dias após o procedimento, com liberação gradual para esforços maiores. Isso representa um ganho significativo de qualidade de vida e menos impacto na rotina.
Quando a videolaparoscopia é indicada?
A videolaparoscopia pode ser recomendada tanto em situações de emergência quanto em procedimentos eletivos. Sua indicação depende da condição clínica do paciente, do diagnóstico e da experiência da equipe cirúrgica.
Entre as situações mais comuns em que a cirurgia por vídeo é indicada, estão:
Cirurgias mais comuns realizadas por vídeo
Hérnia abdominal
A videolaparoscopia é amplamente utilizada para correção de hérnias inguinais, umbilicais e epigástricas. Essa abordagem oferece menor dor no pós-operatório e retorno mais rápido às atividades.
🔗 Veja também: Quais são os principais tipos de hérnia e como saber se você tem uma?
Pedra na vesícula
É o método preferido para remoção da vesícula com cálculos biliares. A recuperação costuma ser rápida e o paciente sente menos desconforto.
🔗 Veja também: Sintomas de Pedra na Vesícula: Quando a Cirurgia é Indicada?
Apendicite
Na maioria dos casos, a apendicectomia videolaparoscópica é segura, rápida e eficiente. Reduz o risco de infecção e favorece uma recuperação mais tranquila.
Existe alguma contraindicação para a cirurgia por vídeo?
Embora a videolaparoscopia seja segura e recomendada para a maioria dos pacientes, existem situações específicas em que ela pode não ser indicada. Entre os principais fatores de contraindicação estão:
- Pacientes com doenças cardíacas ou pulmonares descompensadas, que não toleram a insuflação abdominal;
- Cirurgias de urgência em quadros muito avançados de infecção ou perfuração intestinal;
- Aderências internas extensas de cirurgias anteriores que dificultam o acesso;
- Gravidez avançada, dependendo da localização e urgência do procedimento.
Nesses casos, a avaliação criteriosa do cirurgião é essencial para escolher o método mais seguro.
Conclusão: Tecnologia que aproxima conforto, segurança e recuperação rápida
A cirurgia por vídeo representa um avanço significativo na medicina moderna. Com menor agressão ao corpo, recuperação mais rápida e excelentes resultados estéticos, ela oferece ao paciente um tratamento eficaz, confortável e seguro.
Se você recebeu indicação de cirurgia ou tem dúvidas sobre qual método é mais indicado para o seu caso, converse com um cirurgião especializado. Uma boa orientação faz toda a diferença no sucesso do tratamento.